Recentemente, um grupo de pesquisadores chineses publicou um artigo científico (meta análise) comparando a eficácia de intervenções em saúde por Telemedicina, aplicadas a pacientes portadores de diabetes tipo 2. (Zhang, A.; Wang, J.; Wan, X.; Zhang, Z.; Zhao, S.; Guo, Z.; Wang, C. A Meta-Analysis of the Effectiveness of Telemedicine in Glycemic Management among Patients with Type 2 Diabetes in Primary Care. Int. J. Environ. Res. Public Health 2022, 19, 4173. https://doi.org/10.3390/ijerph19074173)
Embora a Telemedicina não seja um assunto novo, com o advento da pandemia de COVID-19 esta modalidade assistencial ganhou protagonismo no Brasil e no mundo. O ecossistema de Telemedicina no país tem amadurecido dia após dia, incluindo-se todos os pilares relacionados — tecnológicos, regulamentares, éticos, etc.
Somado a tal cenário, a Atenção Primária à Saúde (APS), por sua vez, igualmente tem adquirido notoriedade nos últimos anos como um novo paradigma de atenção à saúde, pautado numa visão de saúde holística/integral e com forte ênfase na medicina preventiva — muito além da medicina curativa. Reconhecemos os desafios para sua implantação tanto no SUS como na Saúde Suplementar e privada. Porém, conforme corroborado por inúmeros estudos, a APS tem o potencial não apenas de promover saúde individual e populacional, mas também promover sustentabilidade a todo o ecossistema.
Assim, o trabalho de Zhang et al. vem muito bem a calhar, comparando de maneira objetiva os resultados de 32 estudos que objetivaram aferir a eficácia de intervenções de saúde num contexto de APS, utilizando telemedicina.
Os resultados são bastante promissores. Foi observada uma redução estatisticamente significante nos valores de hemoglobina glicada, glicose de jejum e glicose pós-prandial, quando comparados momentos pós- e pré-intervenções por telemedicina. A saber, a hemoglobina glicada é um exame utilizado para o acompanhamento de pacientes diabéticos, refletindo a glicose sérica média das últimas 8 a 12 semanas, aproximadamente. As dosagens de glicose de jejum e pós-prandial, por sua vez, complementam a avaliação dos pacientes diabéticos, refletindo um maior ou menor controle da glicemia em momentos específicos.
Isto corrobora a eficácia da APS digital como meio eficaz de promoção da saúde — neste caso, focando numa população de alto risco cardiovascular, como tipicamente se apresentam os portadores de diabetes. As intervenções por Telemedicina objetos deste estudo se concentraram em teleconsultas e telemonitoramentos por canais diversos (videoconsulta, SMS, chat, telefone).
Aqui na Lean Saúde nós acreditamos no valor de uma APS bem planejada e executada, assim como no controle de métricas objetivas que possam guiar nossas intervenções. Também valorizamos o uso inteligente da tecnologia a favor da saúde e da otimização de processos.